Hoje, o Ralando na Irlanda mostra um pouco sobre um trabalho muito comum entre os estudantes vindos de várias partes do mundo aqui em Dublin: Fundraiser. Quem conta pra gente como é esse trabalho é o Gabriel Solé, o primeiro amigo que fiz em Dublin. Morando há 10 meses na Irlanda, o gaúcho de 23 anos, deixou a cidade de Pelotas/RS para viver a experiência de um intercâmbio, com a intenção de aprender novas coisas e viajar bastante. Formado em Educação Física, ele trabalhava nessa área, inclusive dando aulas de dança, sua verdadeira paixão. De malas prontas para voltar ao Brasil no final de maio, Solé ( ou Collin, apelido que dei a ele), está na reta final do intercambio, mas mesmo assim aceitou dividir com a gente essa experiência. Vamos lá?
O que é
fundraiser?
Um voluntário ligado a algum tipo de caridade, pode ser
pago ou não, deve arrecadar fundos para a instituição e recebe uma
porcentagem do que arrecada, no meu caso 25%.
Como é a sua rotina?
Fico na saída de estabelecimentos comerciais de grande fluxo
(super, shopping e etc...), pedindo doações de qualquer valor para
o resgate de animais, em troca das doações ofereço pirulitos e
adesivos. Sempre das 9h as 18h.
Como você conseguiu
esse emprego?
Aplicando meu currículo através de um site de procura
de empregos (Jobs.ie).
O que você acha
do seu trabalho? Gosta do que faz?
Não gosto. Nunca temos a
segurança de que não seremos expulsos dos lugares ou se
conseguiremos atingir um valor razoável que nos é cobrado. Além
disso, passamos o dia expostos a condições climáticas terríveis
e, normalmente, sempre proteção alguma além das próprias roupas.
Quais
características um fundraiser deve possuir?
Paciência, resistência
física e psicológica, resiliência, simpatia, boa vontade e um bom
inglês.
Você está
satisfeito com seu salário? Consegue pagar suas contas?
Não estou
pelo numero de horas que trabalho, na média ganho 150 euros por
semana e em semanas boas 200. Como trabalho mais de 40 horas, fica
abaixo do salário mínimo, mas o lado bom é que é um trabalho
fácil de ser exercido e paga as contas tranquilamente.
Quais os pontos
positivos e negativos do seu trabalho?
De positivo destaco ajudar os
animais e muitas vezes ser elogiado e encorajado por isso e conviver
e ter a oportunidade de conversar com todos os tipos de irlandeses, o
que melhora o inglês e ensina muito sobre a cultura. Fora isso por
ser um trabalho duro e cansativo acaba te preparando e te facilitando
pra qualquer outro trabalho futuro. De negativo com certeza o
salário, mas pior do que isso é a incerteza de como vai ser teu dia
ou mesmo se tu não vais ser despedido ao fim do dia. A chuva e o
vento merecem um lugar vip no lado negativo também.
O trabalho tem
sido importante para a realização dos seus objetivos durante o
intercambio?
Com certeza, conversar com as pessoas e ir a diversas
cidades do interior arrecadar fundos me deu a oportunidade de
conhecer uma Irlanda que é difícil de chegar. E o dinheiro além de
pagar as contas vai me propiciar conhecer todos os países que tenho
vontade nessa reta final, então se não fosse o emprego meu
intercambio teria sido praticamente em vão.
Já procurou
emprego na sua área? Acha que é possível?
Diversas
vezes, é possível se tu tens condição de fazer os cursos que eles
exigem, sem eles é muito difícil, diria que praticamente
impossível.
Quais as suas
dicas para quem quer conseguir um trabalho na Irlanda?
Procure algum
tipo de grupo social, faça amizade com Irlandeses e tente uma
indicação. Se for tentar na entrega básica de currículos, aceita
que tem que contar com a sorte e insistir muito, mas mesmo que demore
muito uma hora alguma coisa aparece, tem que insistir e não pode se
abalar.
Collin, obrigada por ter topado responder essas perguntas para o blog! Quero que saiba que eu amei lhe conhecer e dividir boa parte do meu intercambio com você. Desejo boa sorte na sua vida, onde quer que esteja. Vou sentir saudades!
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