Ainda falando em Natal, não posso deixar passar em branco ( ainda que com muitos e muitos dias de atraso) o registro da minha primeira ceia longe da família. A empolgação começou cedo, afinal de contas, para os irlandeses Natal é coisa séria. A atmosfera na cidade se transformou com a chegada do mês de dezembro. As pessoas estavam mais sorridentes, as ruas mais movimentadas... Não era surpresa encontrar gente de todas as idades usando algum adereço natalino à caminho das compras ou do trabalho. Valia tudo! De gorros de Papai Noel aos famosos suéteres natalinos, todo mundo dava um jeito de mostrar que estava no clima. Até os carros por aqui desfilam "caracterizados" como renas.
Isso sem falar na oferta de artigos de decoração natalina, milhares de opções com preços inacreditáveis! Comprei nosso pequeno, humilde e magrelo pinheiro artificial ( os irlandeses preferem as árvores naturais, que podem ser encontradas por toda parte) e enfeitá-lo foi a diversão da casa por uma semana.
Suéteres comprados e devidamente iluminados ( ainda bem que encontrei flatmates tão empolgadas quanto eu!), resolvemos reunir os amigos para fazer uma ceia no dia 24 e tentar suprir a falta que sentimos das nossas famílias aí no Brasil.
Convidamos os amigos brasileiros e venezuelanos que sempre estão aqui em casa e compartilhamos os melhores segredos culinários de mães, avós, primas e tias de toda a América do Sul! Tivemos uma ceia farta de novos sabores. Os venezuelanos perceberam que nós brasileiros temos uma ceia " muito americanizada" e aprendemos que o prato principal da ceia deles é um pão! Isso mesmo, o " Pan de Jamon" feito com presunto, azeitonas, passas, queijo... Uma verdadeira delícia.
Matei a saudade do gostinho de casa fazendo as rabanadas da minha mãe ( que modéstia à parte fizeram muito sucesso).
Pra ficar mais divertido, além de uma playlist natalina cuidadosamente preparada por minha roomie Bruna, fizemos o velho e bom amigo-secreto ( ganhei uma luminária linda do Rapha)! A festa durou até tarde e como é de praxe sobrou bastante comida. Mas, como decidimos que nosso Natal ia ser completo independente de estarmos longe de casa, a galera voltou no outro dia para o almoço-janta dos restos da ceia.
O que achei do meu Natal irlandês, em uma casa brasileira com convidados venezuelanos? É claro que senti falta dos meus pais e de toda a família reunida para a oração antes da ceia, da pirraça dos primos, dos abraços. Mas, descobri que também podemos nos sentir parte de uma família formada por pessoas que compartilham do mesmo sonho, da mesma da saudade e da vontade de ser feliz independente das circunstâncias.Só posso agradecer aos que compartilharam esse momento comigo e dizer que foi ótimo!
Espero que o Natal de vocês tenha sido tão feliz quanto o nosso!
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