Não adianta chorar, tentar fazer uma mágica para encolher as coisas ou comprar uma mala do tamanho de um elefante. Uma experiência como a do intercâmbio, exige desprendimento. Por mais que você viaje com o dinheiro contado, vai dar um jeito de comprar aquelas coisas tão diferentes que com certeza vão fazer a sua cabeça. E com o tempo, quem sabe você não esquece daquela gaveta cheia shorts jeans, da caixa com dezenas de pulseiras ou da estante com aquela coleção incrível de perfumes?
Pois é, desapegar é preciso. Mas, não estou dizendo que é indolor. Comecei meu processo de desapego pelas roupas. Peças que não são adequadas para o clima irlandês e tantas outras que eu já nem usava mais. Essa parte foi fácil, achei que uma vez com a ideia de desapego na cabeça, tiraria de letra o ato de me desfazer de qualquer item.
Mas aí, chegou a hora de mexer com a minha coleção de esmaltes. Mais de 300 vidrinhos das mais variadas cores, marcas e nacionalidades. Uma paixão que surgiu no início da adolescência e que virou vício quando obtive minha independência financeira. Tive que entoar um mantra por dias " esmaltestemvalidade, trezentosesmaltesnãocabemnamala, vocêvaicomprarmuitosesmaltesimportados..." Minha mãe e meu irmão sugeriram que eu cobrasse um valor simbólico por eles. Não achei justo, por mais que eu precise de grana. 1° Porque para a compradora não valeria a pena pelo custo que um esmalte novo tem no mercado, algo em torno de 2 ou 3 reais. 2° Para mim, o valor de cada um deles é incalculável. Cada vidrinho tem uma história, um apego... Achei mais correto distribuir entre as amigas que eu amo e que sabem o valor que um esmalte tem pra mim.
A primeira doação foi para a amiga Isabela, que fez um verdadeiro "rapa" no meu estoque, saindo com 58 vidrinhos.
A nova coleção da Bela. Vidrinhos cheios de amor. |
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