quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ralando na Irlanda - Eu... Fundraiser


Hoje, o Ralando na Irlanda mostra um pouco sobre um trabalho muito comum entre os estudantes vindos de várias partes do mundo aqui em Dublin: Fundraiser. Quem conta pra gente como é esse trabalho é o Gabriel Solé, o primeiro amigo que fiz em Dublin. Morando há 10 meses na Irlanda, o gaúcho de 23 anos, deixou a cidade de Pelotas/RS para viver a experiência de um intercâmbio, com a intenção de aprender novas coisas e viajar bastante. Formado em Educação Física, ele trabalhava nessa área, inclusive dando aulas de dança, sua verdadeira paixão. De malas prontas para voltar ao Brasil no final de maio, Solé ( ou Collin, apelido que dei a ele), está na reta final do intercambio, mas mesmo assim aceitou dividir com a gente essa experiência. Vamos lá?

O que é fundraiser? 
Um voluntário ligado a algum tipo de caridade, pode ser pago ou não, deve arrecadar fundos para a instituição e recebe uma porcentagem do que arrecada, no meu caso 25%.

Como é a sua rotina?
Fico na saída de estabelecimentos comerciais de grande fluxo (super, shopping e etc...), pedindo doações de qualquer valor para o resgate de animais, em troca das doações ofereço pirulitos e adesivos. Sempre das 9h as 18h.

Como você conseguiu esse emprego?
 Aplicando meu currículo através de um site de procura de empregos (Jobs.ie).

O que você acha do seu trabalho? Gosta do que faz? 
Não gosto. Nunca temos a segurança de que não seremos expulsos dos lugares ou se conseguiremos atingir um valor razoável que nos é cobrado. Além disso, passamos o dia expostos a condições climáticas terríveis e, normalmente, sempre proteção alguma além das próprias roupas.

Quais características um fundraiser deve possuir?
Paciência, resistência física e psicológica, resiliência, simpatia, boa vontade e um bom inglês.

Você está satisfeito com seu salário? Consegue pagar suas contas?
 Não estou pelo numero de horas que trabalho, na média ganho 150 euros por semana e em semanas boas 200. Como trabalho mais de 40 horas, fica abaixo do salário mínimo, mas o lado bom é que é um trabalho fácil de ser exercido e paga as contas tranquilamente.

Quais os pontos positivos e negativos do seu trabalho? 
De positivo destaco ajudar os animais e muitas vezes ser elogiado e encorajado por isso e conviver e ter a oportunidade de conversar com todos os tipos de irlandeses, o que melhora o inglês e ensina muito sobre a cultura. Fora isso por ser um trabalho duro e cansativo acaba te preparando e te facilitando pra qualquer outro trabalho futuro. De negativo com certeza o salário, mas pior do que isso é a incerteza de como vai ser teu dia ou mesmo se tu não vais ser despedido ao fim do dia. A chuva e o vento merecem um lugar vip no lado negativo também.

 O trabalho tem sido importante para a realização dos seus objetivos durante o intercambio? 
Com certeza, conversar com as pessoas e ir a diversas cidades do interior arrecadar fundos me deu a oportunidade de conhecer uma Irlanda que é difícil de chegar. E o dinheiro além de pagar as contas vai me propiciar conhecer todos os países que tenho vontade nessa reta final, então se não fosse o emprego meu intercambio teria sido praticamente em vão.

 Já procurou emprego na sua área? Acha que é possível? 
Diversas vezes, é possível se tu tens condição de fazer os cursos que eles exigem, sem eles é muito difícil, diria que praticamente impossível.

Quais as suas dicas para quem quer conseguir um trabalho na Irlanda?
Procure algum tipo de grupo social, faça amizade com Irlandeses e tente uma indicação. Se for tentar na entrega básica de currículos, aceita que tem que contar com a sorte e insistir muito, mas mesmo que demore muito uma hora alguma coisa aparece, tem que insistir e não pode se abalar.


Collin, obrigada por ter topado responder essas perguntas para o blog! Quero que saiba que eu amei lhe conhecer e dividir boa parte do meu intercambio com você. Desejo boa sorte na sua vida, onde quer que esteja. Vou sentir saudades! 

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