sexta-feira, 17 de maio de 2013

Praticando o Desapego

Quando se planeja passar um tempo fora, é preciso ter a consciência que sua casa não vai caber na mala. A maior parte daquelas coisas que você mais gosta tem que ficar pra trás. Isso é fato.
Não adianta chorar, tentar fazer uma mágica para encolher as coisas ou comprar uma mala do tamanho de um elefante. Uma experiência como a do intercâmbio, exige desprendimento. Por mais que você viaje com o dinheiro contado, vai dar um jeito de comprar aquelas coisas tão diferentes que com certeza vão fazer a sua cabeça. E com o tempo, quem sabe você não esquece daquela gaveta cheia shorts jeans, da caixa com dezenas de pulseiras ou da estante com aquela coleção incrível de perfumes?
Pois é, desapegar é preciso. Mas, não estou dizendo que é indolor. Comecei meu processo de desapego pelas roupas. Peças que não são adequadas para o clima irlandês e tantas outras que eu já nem usava mais. Essa parte foi fácil, achei que uma vez com a ideia de desapego na cabeça, tiraria de letra o ato de me desfazer de qualquer item.
Mas aí, chegou a hora de mexer com a minha coleção de esmaltes. Mais de 300 vidrinhos das mais variadas cores, marcas e nacionalidades. Uma paixão que surgiu no início da adolescência e que virou vício quando obtive minha independência financeira. Tive que entoar um mantra por dias " esmaltestemvalidade, trezentosesmaltesnãocabemnamala, vocêvaicomprarmuitosesmaltesimportados..."  Minha mãe e meu irmão sugeriram que eu cobrasse um valor simbólico por eles. Não achei justo, por mais que eu precise de grana.  1° Porque para a compradora não valeria a pena pelo custo que um esmalte novo tem no mercado, algo em torno de 2 ou 3 reais. 2° Para mim, o valor de cada um deles é incalculável. Cada vidrinho tem uma história, um apego... Achei mais correto distribuir entre as amigas que eu amo e que sabem o valor que um esmalte tem pra mim.
A primeira doação foi para a amiga Isabela, que fez um verdadeiro "rapa" no meu estoque, saindo com 58 vidrinhos.
A nova coleção da Bela. Vidrinhos cheios de amor. 
Ainda restam alguns vidrinhos para doação, levarei outros comigo. E assim sigo, praticando o desapego, para evitar pagar excesso de bagagem, arrastar uma mala pesada pelos aeroportos e o principal, não deixar essas coisas guardadas enquanto tem um monte de gente por aí que pode ficar feliz com elas. A gente nunca sabe o que vai ser do dia de amanhã, eu não sei o que vai ser de mim em um ano.Se eu fico, se eu volto se os esmaltes durariam até lá...  Desapegar é preciso para liberar espaço na mala e no coração. E essa onda de desapego tá só começando! 

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